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O que são as constelações sistêmicas?

O que são as constelações sistêmicas?
Publicado em 30/11/2010 por Sami Storch
O método de constelações sistêmicas foi descoberto e desenvolvido pelo alemão Bert Hellinger originariamente como uma técnica de terapia familiar, denominada de Constelações Familiares.

Trata-se de uma terapia breve, onde a questão é tratada em um único encontro entre o cliente e o terapeuta. O procedimento básico é o seguinte: utilizam-se pessoas externas ao sistema do cliente para representar os membros de sua família e, quando a pessoa é colocada no lugar de algum familiar do cliente, começa a manifestar sensações e pensamentos da pessoa que está sendo representada.

É uma experiência impressionante, pois o representante, sem perder a própria consciência, se sente e se comporta exatamente como a pessoa que ele está representando, mesmo que não a conheça, chegando a experimentar, inclusive, seus sintomas físicos, emocionais e psíquicos. Podem-se utilizar representantes para familiares vivos e para antepassados já falecidos, que durante a constelação podem indicar claramente a origem da questão, trazendo à luz as dinâmicas ocultas que atuam naquela família e indicando o movimento necessário para a cura.

É um fenômeno da natureza, a força que faz com que isso aconteça e aponta o caminho para a solução – por meio da inclusão de alguém que tenha sido excluído, da união do que tenha sido separado e do respeito a alguma outra ordem que fora violada.

O terapeuta/facilitador e as demais pessoas presentes se expõem a esse fenômeno e, sem qualquer julgamento, observam a realidade que se mostra e a solução que o próprio sistema apresenta, através da constelação. Por isso, o método de constelações sistêmicas é classificada como uma terapia sistêmica fenomenológica.

A partir disso, vêm à tona dinâmicas que estavam ocultas naquela família, conflitos e traumas que envolveram antepassados e que projetam seus efeitos ao longo das gerações seguintes, causando os efeitos atualmente sentidos pelo cliente – problemas em relacionamentos afetivos, depressão, vícios, dificuldades financeiras, conflitos familiares, bloqueios comportamentais, etc.

Com a prática das constelações familiares, Hellinger descobriu que determinados transtornos e doenças têm, frequentemente, origem em fatos ocorridos no passado familiar.

Por exemplo:

– Ao se olhar para a família de um suicida, constata-se que ocorreram suicídios ou mortes violentas ou prematuras em gerações anteriores (um tio e/ou um bisavô, por exemplo).

– Depressões e doenças degenerativas muitas vezes revelam um desejo inconsciente de seguir o destino de um antepassado que morreu de forma trágica ou precoce, ao qual a pessoa se sente ligada.

– Transtornos psicóticos podem estar relacionados com um homicídio ocorrido na própria família em gerações passadas.

– Problemas no casamento estão muitas vezes relacionados não ao casal em si, mas a questões envolvendo cada um com sua família de origem, ou com relacionamentos amorosos anteriores.

– Alcoolismo e vícios em geral estão frequentemente ligados a outras questões da família de origem.

– Dificuldades de crianças podem estar relacionadas à morte prematura de algum irmão, a um aborto feito pela mãe ou à existência de algum filho do pai ou da mãe que não tenha sido acolhido na família, mesmo que a criança não tenha conhecimento desses fatos.

Hellinger constatou também que existem ordens básicas nos relacionamentos humanos que se repetem em todas as famílias e que, quando alguma delas é violada, surgem desequilíbrios e conflitos. Para que haja paz é preciso que a ordem seja restabelecida. Essas leis básicas que regem os relacionamentos são denominadas por Hellinger de ordens do amor e foram minuciosamente tratadas por ele no livro com esse mesmo nome.[1] Oportunamente, falaremos mais a respeito delas.

Com o desenvolvimento do trabalho de Bert Hellinger e de outros profissionais, descobriu-se há alguns anos que a técnica de constelações sistêmicas pode ser utilizada com sucesso também em outras áreas, como na educação, na medicina, na assistência social, no marketing, na área empresarial e também na área jurídica.

Assim, a utilização desse método vem se expandindo para além do âmbito da terapia familiar, sendo hoje aplicada também no âmbito profissional, como técnica de coaching, reestruturação organizacional, negociações, política, gestão de RH nas organizações, operações societárias (sucessões, fusões, aquisições, etc.) e para a tomada de decisões em geral.

Descobriu-se que, assim como os relacionamentos humanos nos sistemas familiares são regidos por leis básicas (as ordens do amor), qualquer organização constitui um sistema em si, que por sua vez pertence a um sistema mais amplo, e assim por diante, e os sistemas organizacionais também são regido por leis sistêmicas próprias.

A utilização do método nessas áreas pode ser denominada, conforme o caso, de constelações organizacionais sistêmicas, constelações políticas, coaching sistêmico, pedagogia sistêmica, etc.

As constelações sistêmicas, originalmente feitas com a utilização de representantes (pessoas externas ao sistema que representam membros deste), atualmente têm sido realizadas também individualmente, apenas com a presença do terapeuta/consultor e do cliente, com o uso de bonecos e outros objetos. Bons resultados vêm sendo obtidos nas constelações também com a utilização de técnicas de meditação, hipnose, PNL (programação neurolinguística), entre outras.

Oportunamente, falarei mais a respeito das ordens sistêmicas mencionadas e, especialmente, da aplicação da ciência desenvolvida por Hellinger na área jurídica.

Para saber mais sobre as Constelações Sistêmicas e a ciência desenvolvida por Bert Hellinger, que ele denominou Hellinger Sciencia: links.









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